Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade. Eclesiastes 1:2
Jovem, quem é você?
Parece uma pergunta banal, não? A maioria pode responder a esse questionamento dizendo o nome completo, a idade, informações sobre a escolaridade e cidade onde nasceu. Todavia, não é sobre isso que precisamos falar. A temática voltada à identidade do jovem cristão vai muito além de simples respostas a respeito de dados que constam em seus documentos pessoais. Precisamos ir um pouco mais profundo.
Hoje em dia, com o avanço das tecnologias, vários valores parecem ter se perdido no caminho. O que antes era considerado primordial para se conhecer verdadeiramente uma pessoa, atualmente parece insignificante, visto que em um clique se consegue investigar um perfil e deduzir ligeiramente de quem se trata aquela pessoa em questão.
Mas, pode alguém inteirar-se sobre outro apenas visitando sua rede social? Ou, melhor, você consegue transparecer cem por cento a si mesmo, usando sua vida virtual?
A verdade é que o meio internauta é limitado nesse sentido. Nunca conheceremos e nem seremos completamente conhecidos nas redes sociais, pois elas não contam a história inteira. O que publicamos ali, ou as postagens que acessamos dos outros, são apenas parcelas de cotidianos.
Sendo assim, o que se coloca lá é escolhido a dedo; ninguém vai querer expor seu lado “ruim”, ou não tão agradável, em um espaço gigantesco e populoso como a internet. No mar da superficialidade, as fotos mais bonitas são as mais curtidas, mas só quem fotografou deve ter noção do trabalho que foi feito para que ela ficasse “adequada” para ser postada. No fim, será que vale todo esse esforço? E sobre o texto que ultrapassa o limite de caracteres permitido, feito com o raso objetivo de ser lido pelo maior número de pessoas possível? Sem contar a frase de impacto que serve de legenda para inúmeras fotos, muitas vezes contendo verdades, mas que em nada condizem com a vida real do usuário que a escolheu.
O problema disso para um servo de Deus refletir é: vale à pena moldar seu palavreado, aparência e comportamento à superficialidade que a nossa sociedade vive hodiernamente? Adaptar sua vida, que certamente não é perfeita, para mergulhar em um mar de padrões tão indiferentes ao que a Palavra da Verdade nos instrui?
Lembre-se:
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Deus não se importa com números, mas o mundo sim. (Mateus 7:14)
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Deus não suporta a mentira, mas a sociedade atual diz que está tudo bem fingir um pouquinho. (Provérbios 12:22)
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Deus quer pessoas humildes, e não apegadas às riquezas e ao orgulho de compartilhar na internet tudo que possuem. (Filipenses 2:3)
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Deus requer de nós um padrão, mas padrão celestial e não terreno. (Romanos 12:2)
Não podemos pensar que há uma separação entre o eu virtual e o eu da vida cotidiana, fora das redes sociais. Na internet, somos o reflexo da nossa realidade palpável; o que falamos, aparentamos e a maneira como nos comportamos vai transparecer muito sobre nossa índole. E, sendo servos do Deus vivo, devemos nos preocupar e muito com que imagem estamos passando para o mundo lá fora.
A partir do momento em que decidimos seguir a Cristo, associamos nossa existência ao nome de nosso Salvador. As atitudes que tomamos passam, então, por uma vistoria mais rígida perante os que nos veem. O mundo não espera nada menos que um bom exemplo da nossa parte, uma mudança genuína (1 Pedro 2:12). Caso contrário, podemos gerar escândalo com o nome do Senhor. Há uma responsabilidade tamanha nisso!
Assim, devemos ter muito cuidado com nosso proceder diante disso. A começar, com nosso palavreado. Não podemos dissociar a responsabilidade do linguajar virtual e da vida cotidiana; ambos são demonstração da conduta que temos tido. Não achemos que digitar um palavrão é menos pior que proferi-lo com a própria boca. Diante de Deus, que examina as intenções, dá no mesmo. O que falamos, digitamos ou escrevemos tende a evidenciar do que o nosso coração está cheio (Lucas 6:45). Portanto, que saibamos moderar nossas palavras e falemos apenas o que for bom para promover a edificação (Efésios 4:29). Tenhamos prudência em compartilhar e postar somente fatos verdadeiros, ser comedidos ao dar opiniões e que possamos mostrar mais ao Senhor que a nós mesmos em tudo que expressarmos (Tito 2:8).
Ademais, vestimentas que destoam da modéstia cristã também entram nesse pacote de condutas a serem evitadas no meio virtual (e fora dele também, logicamente!). Não há necessidade alguma de um jovem cristão exibir seu corpo nas redes sociais; pelo contrário, isso só mostra que o único atributo que ele (ou ela) deseja mostrar sobre si é este. O único ganho das superficialidades da internet é mais superficialidade; você poderá até receber elogios, mas só. As pessoas passarão a olhar para você apenas pelo seu exterior, e não para sua essência, pois no momento em que você decide publicar fotos que expõem seu corpo, você está falando implicitamente para elas que o que elas precisam notar em você é isso. Logo, não somente para correr da vida leviana da web, mas para principalmente mantermos a nossa santidade, nos privemos de postagens usando roupas com decote, apertadas, sem camisa… (1 Pedro 3: 3-4, 1:13-16). Exibicionismo não deve ser a conduta de um jovem conhecedor das Escrituras Sagradas. Este precisa ter em mente que o que mais precisa ser visto nele não é ele mesmo (João 3:30).
Que não demos valor existencial a um mar tão tolo e raso quanto o desse mundo. Há vaidade para todo lado que se decida olhar. As tendências daqui não são às dos céus, o que vale muito nessa terra não é nada aos olhos do nosso Deus e a glória prometida pelos amantes dessa vida passageira não dura mais que alguns segundos (Filipenses 3:19). Você terá que se esforçar muito, se quiser ser amado nessa jornada ilusória e superficial. Com Deus, porém, não esqueça que foi Ele quem teve o maior empenho de todos para que você soubesse o quão amado é, ao deixar Jesus Cristo morrer por ti na cruz (João 3:16).
Para finalizar, lembre-se que somos a carta de Cristo (2 Coríntios 3:1-3) lida por todos os homens. Que o nosso conteúdo seja aberto, claro e legível aos que têm sede da Verdade. Que todos que passarem pelas nossas vidas, seja no nosso perfil das redes sociais ou aqui, vejam mais que apenas um usuário ou pessoa, mas um servo do Senhor sendo um exemplo manifesto de um verdadeiro filho de Deus. Assim, busque a Deus e seja renovado pela sua Palavra, apegando-se ao fato de que tudo aqui passará, menos a Sua Verdade (1 Pedro 1:25).
Por Sara Silva